Onde está meu final feliz? Onde está a alegria anunciada nos sorrisos das fotos das revistas? Não quero mais ser capaz de suportar as tristezas. Não quero mais o consolo das poesias da Cecília. Estou cansada de sobreviver...
Quero boas notícias no domingo à tarde para inspirar minha segunda-feira. Quero cartas escritas à mão na caixa do correio; telefonemas inesperados; quero rir com gosto, por achar graça, e não por ironia (ou para mascarar o choro). Quero que antigos amigos voltem e os que aqui estão não partam... Nunca.
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Eu distante há muito, agora atrás de óculos inconstantes e olhos ilegíveis quis poder fazer você ficar aqui para sempre, mesmo que esse aqui seja apenas em mim, quis aprisioná-lo dentro de alguma poesia (minha), uma poesia que me lembrasse que só eu consigo ver os cachorros pretos que moram nos seus olhos, que só eu não entendo por que sorrir quando tudo vai mal, que só eu enxergo quanto você é menino; mesmo depois de muitos anos terem sidos atravessados. Afinal queria que alguma palavra e/ou verso me assegurasse que algo em você o torna meu; mesmo estando assim tão distante.