A manhã estava bem fria, eu sozinha naquela avenida ajeitava o casaco para me esquentar, havia tanta gente ali e eu ainda sozinha olhava para os carros passando como se eles arrastassem o tempo numa constância natural: eu não poderia apressá-los ou os fazer passar mais devagar. Tentei apalpar uma certeza que surgiu de súbito: apenas o hoje existe; apenas o agora é que pode ser mudado. Mas antes que ela se tornasse tangível o sinal abriu. Fui embora, deixando a certeza naquela avenida.