Solipsismo


Havia uma loucura que morava nela como alguém que mora dentro de outro. No começo era imperceptível, apenas um incômodo no peito, uma voz fraca tilintando sobre suas ideias. Mas ela alimentava a loucura com fantasias que quase vivia. Mas ela acalentava a loucura com longas incursões para dentro de si. E a loucura lhe ocupava cada dia mais, ia lhe devorando o ar, os laços, a realidade. E por fim, ela morava dentro da loucura como alguém que mora numa ilha.