Pra aquela conversa era necessário solidão, só ele e o papel. Se confidenciando com quem mais o entendia, ali não seria julgado, não precisaria se preocupar com o que o interlocutor estaria pensando. E naquela terça á tarde, saída da eternidade, falaram da passagem do tempo, de como os anos se acumularam e o tornaram velho, das suas frustrações, do que não tinha feito, das mortes de seus amores (algumas ele mesmo fora a causa, outras a vida), da sede de viver, dos sedentos e famintos espalhados pelo mundo. Enfim disse tudo que transbordava pela sua mente, usou palavras bonitas. Era uma prosa interessante e alguém tratou de chamar de poesia, E por fim isso o definiu poeta...
Marcela